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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CONSCIÊNCIA NEGRA

A escolha da data - 20 de novembro
Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Zumbi foi o mais importante líder dos quilombos de Palmares, que representou a maior e mais importante comunidade de escravos fugidos nas Américas, com uma população estimada de mais 30 mil.
Quilombos
Em várias sociedades escravistas nas Américas existiram fugas de escravos e formação de comunidades como os quilombos. Na Venezuela, foram chamados de cumbes, na Colômbia de palanques e de marrons nos EUA e Caribe. Palmares durou cerca de 140 anos: as primeiras evidências de Palmares são de 1585 e há informações de escravos fugidos na Serra da Barriga até 1740, ou seja bem depois do assassinato de Zumbi. Embora tenham existido tentativas de tratados de paz os acordos fracassaram e prevaleceu o furor destruidor do poder colonial contra Palmares.
A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.
Importância da Data
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.
Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.
http://www.palmares.gov.br/

AS AÇÕES AFIRMATIVAS NO GOVERNO FEDERAL
A Conferência Mundial de Durban se constituiu em um importante fator para a atualização do debate e criação do espaço político necessário para a formulação e implementação de políticas de promoção da igualdade racial. Seu impacto nos vários países do mundo foi bastante diversificado, dependendo de fatores internos, tais como a existência de movimentos organizados e vontade política de setores governamentais. No caso do Brasil, a Conferência de Durban abriu caminho para o que antes da sua realização parecia impensável: o início do processo de discussão e implementação de políticas de ação afirmativa. Dados do Centro de Estudos Afro-Brasileiros (Afro) da Universidade Cândido Mendes contabilizam, desde 1999, pelo menos 208 iniciativas governamentais e não-governamentais de ação afirmativa para negros no País, sendo a maioria na área de educação, mas ainda há muito o que fazer para se promover a igualdade racial.
O Governo Federal incrementou seus esforços para o combate à desigualdade racial, visando corrigir distorções vigentes há mais de um século no País. O lançamento da Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial e a assinatura de um decreto que regulamenta a ação do governo no reconhecimento, identificação e titulação das terras de quilombos comprovam que a questão é tratada como prioridade por esta administração.Mais do que emissão de títulos de propriedade, a regularização fundiária para as áreas remanescentes de quilombos trata-se de uma reparação histórica - ainda que parcial - e do reconhecimento público da contribuição dada pelos quatro milhões de africanos escravizados e seus descendentes na edificação do Brasil. Oficialmente, o governo brasileiro tem mapeadas 743 comunidades remanescentes de quilombos. Essas comunidades ocupam cerca de 30 milhões de hectares, com uma população estimada em 2 milhões de pessoas. Somada a regularização das terras quilombolas, também trabalhamos em conjunto pela implantação de saneamento básico em comunidades remanescentes de quilombos.
Neste processo, a Fundação Cultural Palmares/MinC vem participando de missões internacionais. Tais intercâmbios contaram com a presença de dirigentes da instituição no Continente Africano e também em países das Américas, como Cuba e Haiti. Estreitas relações são firmadas para desenvolver a construção de uma identidade negra. Com isso, a FCP é o braço do Ministério da Cultura em torno da solidariedade para com os países africanos e seus descendentes, construindo um novo momento governamental, um momento de articulação internacional.
Algumas iniciativas promovidas pela instituição serviram para reforçar este propósito. Podem ser citadas a realização do Seminário Cultura e Desenvolvimento na CPLP, que reuniu intelectuais e representantes de países de língua portuguesa, em Salvador (2004), Mostra Pan-Africana de Arte Contemporânea, com a presença de mais de 2 mil participantes, artistas brasileiros e africanos, em Salvador (2005) e o Seminário Internacional Saídas da Escravidão e Políticas Públicas (2005) , o qual reuniu autoridades, especialistas e representantes de organizações da sociedade civil de 12 países - Brasil, África do Sul, Colômbia, Cuba, Equador, Estados Unidos, França, Haiti, Peru, Reino Unido, Uruguai e Venezuela.
O reconhecimento pelos serviços prestados pela Fundação Cultural Palmares, como forma de estimular a prática de ações e feitos dignos garantiu a instituição o recebimento, por parte do Itamaraty, da medalha Ordem de Rio Branco. Entitulada em homenagem ao Patrono da Diplomacia brasileira - o Barão do Rio Branco -, a Ordem de Rio Branco foi instituída pelo presidente João Goulart, em fevereiro de 1963, e é destinada a premiar os que se tenham tornado merecedores desse reconhecimento pelo Governo Federal, por serviços prestados ao país, como forma de estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção. A medalha confirma a Fundação Palmares a recuperação do lugar da entidade no campo da política externa nas relações entre o Brasil e o continente africano, além de se tornar referência na diplomacia para com as nações da América que possuem população afro-descendente.
Com isso, somos parceiros, numa atuação interministerial de um conjunto de ações para combater a desigualdade e promover a igualdade racial - inclusão do negro na cultura, educação, saúde, habitação, emprego - para uma população superior a 80 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"Vencer a desigualdade racial é, também, lutar por soberania. Não a soberania baseada na dominação de um povo sobre o outro. Mas aquela baseada no estreitamento de relações comerciais, políticas e culturais com aqueles povos e continentes, que aspiram, como nós, a um futuro de independência e dignidade. Sinto-me de alma lavada por ter sido o presidente da República que, no primeiro ano de mandato, decidiu saldar uma dívida antiga do Brasil: acabamos de percorrer uma parte do imenso continente africano para dizer e ouvir em cinco países: somos irmãos, somos parceiros, temos desafios comuns, temos lições a trocar. Vamos caminhar juntos. Vamos acelerar o nosso passo, conscientes de que não é possível superar, em quatro anos, o que se estabeleceu em quatro séculos nos dois continentes. Mas essa é a verdadeira globalização humanitária; essa é uma forma de desenvolvimento pela qual vale a pena viver e lutar: aquela na qual a cor de um ser humano não define o seu caráter, a sua inteligência, os seus sentimentos e a sua capacidade, mas apenas expressa a maravilhosa diversidade racial e cultural da qual somos feitos". Luis Inácio Lula da Silva, Presidente da República, em pronunciamento durante as comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, Serra da Barriga, Alagoas, 2003.
href="http://www.aman.ensino.eb.br/histgeo/BandeiraNacional/BrasilRepublica.htm">




Dia da Consciência Negra – Resgate da Cultura Afro na E.E. "Profº José Benedito Gonçalves"
Para refletir:
“Enquanto a cor da pele for mais importante que o
Brilho dos olhos, sempre haverá guerras.”
(Bob Marley, músico jamaicano)

Durante a semana do dia da Consciência Negra, os alunos da EE Professor José Benedito Gonçalves (Zezito) trabalharam com seus professores esse tema. Na Educação Física não foi diferente. Além de tratar do assunto na parte teórica, contando a história desde a chegada dos escravos ao Brasil por volta de 1620, sua contribuição para o crescimento do Brasil através das lavouras, os primeiros passos da capoeira, a luta pela liberdade até a assinatura da Lei Áurea em 1888. Também foi desenvolvido com os alunos a parte prática, sendo trabalhado o “Maculelê”, uma dança de origem Afro-indígena trazida pelos negros da África para cá e mesclada com a cultura dos índios, resgatando desta forma essa importante manifestação cultural e educativa, ou seja, trabalhando contra a discriminação e com sua historicidade, e não separando do movimento cultural e político que a gerou. Este breve relato nos faz entender a riqueza de movimentos e de ritmos que a sustentam.

Nilton Cezar José Zumba
Professor de Educação Física

Click e ouça o som da dança Maculelê trabalhada pelo Professor Nilton

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